Depois de dois anos e alguns dias (quanto tempo, né?), resolvi voltar a escrever neste blog, para relatar sobre um acontecido numa chuvosa noite de sexta-feira.
Estava eu de boa na lagoa, tranquilo como o esquilo, na manha da aranha... Quando de repente, percebo um pequeno vulto indo em direção a parte de baixo do meu sofá. Prontamente, me abaixo para verificar o que poderia ser e me deparo com um animalzinho escuro, pequeno e que estava imóvel. Claro que eu percebi rapidamente que se tratava de um sapo, pois o mesmo apresentava uma pele rugosa e seca.
O dia, ou melhor, a noite estava muito chuvosa e é comum que alguns sapos saiam em busca de abrigo para escapar da chuva. Sim, alguns sapos não gostam de lavar o pé e evitam a todo custo ficar em locais muito molhados.
Fiquei pensando que talvez ele poderia se perder ou ficar com medo da minha movimentação e se recusasse a sair de seu esconderijo, resultando em prejuízos para sua vida. Então fui até a cozinha e procurei por um dos milhares de potes de plásticos que a gente vai guardando e acumulando até entupir o armário da louça. Achei um pote de chimia que era transparente e estava sem o rótulo. Fiz uns buracos para ele poder respirar e o coloquei dentro. Então pude olhá-lo mais de perto.
Como eu não tinha nada melhor para fazer numa noite chuvosa de sexta-feira, resolvi investigar qual seria a espécie do sapinho. Fiquei alguns minutos tentando encontrar e nada, até que tive a ideia de procurar alguns herpetólogo no twitter. Para quem não sabe, um herpetólogo é um especialista que estuda os anfíbios e/ou os répteis.
Na minha primeira tentativa, encontrei uma moça muito simpática que me informou que ela estudava serpentes, mas me indicou outros dois que eram especialistas em sapos e rãs.
Ambos disseram que o animal pertencia ao gênero Odontophrynus. Agradeci pela ajuda e comecei a procurar quais eram as espécies mais comuns deste sapo que habitavam aqui no Rio Grande do Sul.
Bom, confesso que nesse momento, eu estava mais interessado numa garrafa de vinho tinto que eu guardei para a noite, e também no frango que estava ficando quase pronto. Deixei o meu hóspede de lado e fui jantar.
Em seguida, entrei numa vídeo-chamada com uns amigos que entrou madrugada adentro. Ao término, fui diretamente escovar os dentes e dormir.
Apesar de ter ido dormir muito tarde, acordei relativamente cedo (9h30). Conferi o que estava acontecendo nas redes sociais (maldito hábito que eu possuo todas as manhãs quando acordo) e me deparei com várias notificações no twitter. Um outro especialista comentou sobre a possibilidade de a espécie do sapo ser O. maisuma ou O. americanus. E pesquisando um pouco mais encontrei um micro artigo no Wikipédia que dizia basicamente o que ele havia citado.
Logo ao lado, havia uma imagem de um sapo muito parecido com o sapo que me visitou:
Pude concluir que, talvez seja realmente essa a espécie do visitante, mas, como o especialista havia dito, apenas uma análise citogenética seria capaz de uma informação mais precisa.
Entretanto, já era uma manhã de sábado com muito vento e um pouco de Sol. O sapo então finalmente ganhou sua liberdade novamente quando devolvi para a natureza selvagem do meu quintal.
E toda essa informação que obtive nesse fim de semana me será útil, para quando eu encontrar outro exemplar dessa espécie. Talvez alguma outra sexta-feira chuvosa possa render um bom papo sobre anfíbios e azar de quem estiver comigo. HAHAHA!
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Aqui está a thread (não é bem isso, mas é a postagem com as demais respostas) para quem quiser conferir.
https://twitter.com/rdgacosta/status/1395885605687603201
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Eu quero agradecer a todos que contribuíram para me inspirar em escrever esse texto e voltar com o blog!
Muito obrigado e até mais!
💚
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